terça-feira, 30 de julho de 2013
Discurso de Evo Morales - A verdadeira Dívida da "Civilização"
Em
reunião com chefes de Estado da Comunidade Européia, transmitida em tradução
simultânea a centenas de outros países, Evo Morales inquietou a platéia com seu
discurso que foi reproduzido no Geopoliticablog, em 16 de julho. O conteúdo é
atemporal:
O irmão
aduaneiro europeu me pede papel escrito com visto para poder descobrir aos que
me descobriram. O irmão usurário europeu me pede o pagamento de uma dívida
contraída por Judas, a quem nunca autorizei a vender-me.
O irmão
rábula europeu me explica que toda dívida se paga com bens, ainda que seja
vendendo seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu os
vou descobrindo. Também posso reclamar pagamento a e também posso reclamar
juros.
Consta no
Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre
assinatura, que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a San Lucas de
Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes
da América.
Saque?
Não acredito! Porque seria pensar que os irmãos cristãos pecaram em seu Sétimo
Mandamento.
Expoliação?
Guarde-me Tanatzin de que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu
irmão!
Genocídio?
Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomé de las Casas, que
qualificam o encontro como de destruição das Índias, ou a radicais como Arturo
Uslar Pietri, que afirma que o avanço do capitalismo e da atual civilização
européia se deve à inundação de metais preciosos!
Não!
Esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata devem ser
considerados como o primeiro de muitos outros empréstimos amigáveis da América,
destinado ao desenvolvimento da Europa. O contrário seria presumir a existência
de crimes de guerra, o que daria direito não só de exigir a devolução imediata,
mas também a indenização pelas destruições e prejuízos.
Não. Eu,
Evo Morales, prefiro pensar na menos ofensiva destas hipóteses.
Tão
fabulosa exportação de capitais não foi mais que o início de um plano
'MARSHALLTESUMA', para garantir a reconstrução da bárbara Europa, arruinada por
suas deploráveis guerras contra os cultos muçulmanos, criadores da álgebra, da
poligamia, do banho cotidiano e outras conquistas da civilização.
Por isso,
ao celebrar o Quinto Centenário do Empréstimo, poderemos perguntar-nos: os
irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo dos
fundos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indoamericano Internacional?
Lastimamos
dizer que não. Estrategicamente, o delapidaram nas batalhas de Lepanto, em
armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo,
sem outro destino que terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como no
Panamá, mas sem canal.
Financeiramente,
tem sido incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de cancelar o
capital e seus fundos, quanto de tornarem-se independentes das rendas líquidas,
das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o
Terceiro Mundo.
Este
deplorável quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman segundo a qual uma
economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para
seu próprio bem, o pagamento do capital e os juros que, tão generosamente temos
demorado todos estes séculos em cobrar.
Ao dizer
isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus
as vis e sanguinárias taxas de 20 e até 30 por cento de juros, que os irmãos
europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. Limitaremo-nos a exigir a
devolução dos metais preciosos adiantados, mais o módico juros fixo de 10 por
cento, acumulado somente durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça.
Sobre
esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos
descobridores que nos devem, como primeiro pagamento de sua dívida, uma massa
de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambos valores
elevados à potência de 300. Isto é, um número para cuja expressão total seriam
necessários mais de 300 algarismos, e que supera amplamente o peso total do
planeta Terra.
Muito
pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em
sangue?
Alegar
que a Europa, em meio milênio, não pode gerar riquezas suficientes para
cancelar esse módico juro, seria tanto como admitir seu absoluto fracasso
financeiro e/ou a demencial irracionalidade das bases do capitalismo. Tais
questões metafísicas, desde logo, não inquietam os indo-americanos. Mas exigimos
sim a assinatura de uma Carta de Intenção que discipline os povos devedores do
Velho Continente, e que os obrigue a cumprir seus compromissos mediante uma
privatização ou reconversão da Europa, que permita que a nos entregue inteira,
como primeiro pagamento da dívida histórica.
Segundo algumas fontes
este teria sido o texto de um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro
Cuatemoc, de descendência indígena, defendendo o pagamento da dívida externa do
seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade
Européia. A conferência dos chefes de Estado da União Européia, Mercosul
Caribe, em maio de 2002 em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente:
os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico,
cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.
Um comentário:
Caro amigo internauta que visita meu Sítio. Saúdo-te com Paz, Harmonia, muita Luz e Alegria. Suponho que tenhas lido detalhadamente a Matéria relevante aqui postada para esclarecimento dos buscadores sinceros da Verdade. Uma leitura apressada e superficial não o habilita a um Comentário com conteúdo sólido. Responderei com prazer aos comentários articulados com sinceridade e coerência.
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JÁ TINHA LIDO MAS MAIS UMA VEZ FIZ O GOSTO AOS MEUS OLHOS E ADOREI
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